terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Criações

Desejo umas boas criações para 2011.
Disponham sempre.

sábado, 10 de janeiro de 2009

sexta-feira, 28 de março de 2008

Prémio em Almendralejo


Gostaria de partilhar o meu 3º lugar por equipas com todos.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Genética no canto


Homozigotia em relação ao factor “canto”.
Partiremos da premissa de que existe uma diferença entre o que acontece, por exemplo, com o canto e com determinados factores (lipocromo amarelo, branco dominante, etc.) que afectam a cor da plumagem. Estes são regulados por um ou poucos genes, sofrem uma influência pequena ou nula do meio-ambiente (hereditariedade mendeliana), e cujas leis de transmissão são simples e perfeitamente conhecidas pelos que se dedicam à criação de canários de cor. Contrariamente, no que se refere à transmissão genética do factor “canto”, encontramos a implicação de um grande número de genes, cada um dos quais contribui cumulativamente para o fenótipo, aos quais, por sua vez, se junta uma grande influência do meio ambiente (hereditariedade poligénica).
Portanto, torna-se muito mais difícil ao canaricultor cultivador de raças de canto prever, com base nas leis de transmissão genética, a possível descendência de um determinado casal.
Posto assim o problema, que recurso resta ao canaricultor para conseguir fixar determinadas características referentes ao canto? A resposta a esta pergunta é a seguinte: observação. Observação dos exemplares e da sua descendência para, de um modo empírico, determinar o seu grau de homozigotia, no que se refere ao canto.
Convém, antes de continuar a exposição, clarificar que um canário será tanto mais homozigótico quanto ao canto, quanto maior for o grau de correspondência entre o seu fenótipo (o canto que emite e que percebemos acusticamente) e o seu genótipo (o canto de que é portador no seu estado latente, nos seus genes, susceptível de ser transmitido à sua prole, que será sempre, no mínimo, igual ou maior que o canto que percebemos). Pelo contrário, será tanto mais heterozigótico quanto menor for o grau de correspondência entre o seu genótipo e o seu fenótipo.


Feito este esclarecimento, e relacionando-o com o que vínhamos expondo, é importante dizer que teremos de aplicar a nossa observação, para apreciar o grau de homozigotia que apresentam os nossos exemplares. E perguntarão: E como podemos saber se um determinado exemplar, com o qual pretendemos estabelecer uma determinada linhagem, é homozigótico ou não, no que se refere ao canto? Procura-se dar resposta a esta pergunta expondo um método de trabalho que nos parece útil para a consecução do objectivo, ou seja, determinar se o exemplar com que iniciámos a nossa linha de canto é ou não homozigótico.
Consideremos um determinado macho a que chamamos “A” (rico, por exemplo, em floreados e giros descontínuos) que cruzamos com três fêmeas do nosso aviário, a que chamamos B, C e D. Destes cruzamentos obteremos fêmeas e machos “AB”, ”AC” e “AD” que terão 50% de genes do macho “A”.
Assim, iremos observar os machos “AB”, “AC” y “AD” e aqueles com melhor canto vão indicar-nos que fêmeas deveremos usar, na temporada seguinte, para conseguir os nossos propósitos. Assim, iremos cruzar o pai com as irmãs daqueles canários que melhor cantam (nesta primeira geração, os machos que viermos a obter, pelo seu elevado grau de heterozigotia, fruto do cruzamento do seu pai com as suas mães, limitar-se-ão unicamente a emitir alguns giros do pai, com o qual apenas existirão parecenças remotas. No entanto, uns terão obtido da mãe melhores genes para o canto, o mesmo acontecendo às suas irmãs, daí o interesse em usar as irmãs dos melhores cantores no acasalamento, isto é, por serem também filhas daquela mãe).
Prosseguindo, suponhamos que as fêmeas “AC” e “AD” têm irmãos com belos floreados, e as fêmeas “AB”, por outro lado, não apresentam essa característica. Claramente, na presente temporada, cruzaremos o macho “A” com as filhas “AC” e “AD”. Deste cruzamento obteremos machos e fêmeas “AAC” e “AAD” que terão 75% de genes do macho “A”. Na seguinte temporada faremos tal como anteriormente, de tal forma que do cruzamento do macho “A” com suas netas “AAC e/ou AAD obteremos machos e fêmeas “AAAC” e “AAAD”, que terão 87,5% dos genes do macho “A”.
Chegados a este ponto, terminámos o nosso trabalho e os resultados obtidos indicar-nos-ão o seguinte: Se os machos “AAAC” e/ou “AAAD” têm um canto muito parecido com o do macho “A”, isto significa que o macho A era homozigótico quanto ao canto, isto é, o seu fenótipo era uma cópia fiel do seu genótipo e, além disso, por definição, ao levar um elevadíssimo número de genes do macho “A”, os machos “AAAC” e”AAAD” também serão homozigóticos no que se refere ao canto, e portanto transmitirão fielmente as suas qualidades canoras à sua prole.
Se, além disso, tivermos sido hábeis durante todo este processo e tivermos indo reservando as fêmeas “AC e “AD” (denominadas de sangue médio) e posteriormente tivermos encetado cruzamentos seguindo as tabelas de Felch, então criámos uma linha própria partindo de um macho “A”, linha essa cujos exemplares possuirão um alto grau de homozigotia no que se refere ao canto. Se, pelo contrário os machos “AAAC” e”AAAD” finalmente não apresentarem um canto parecido com o do pai “A”, será sinal de que este era heterozigótico quanto ao canto, pelo que não será muito útil usá-lo para o início de uma linha de canto própria baseada nos giros do dito exemplar.
Por fim, gostaria de dizer que este documento foi redigido com a finalidade de compartilhar conhecimentos com todos aqueles novos aficcionados ávidos de receber informação, uma vez que entendo que o exposto em si mesmo, pouca ou nenhuma informação nova pode levar aos canaricultores mais experimentados.
Para todos os que dedicam tempo a este maravilhoso passatempo, uma saudação cordial e afectuosa.

Leandro Anselmo
Pedro Boavida

Breves apontamentos de introdução


canário de canto timbrado espanhol

Esta ave canora tão surpreendente é uma das três raças de canto reconhecidas pela COM. Pensa-se que é o parente mais próximo do canário silvestre que presentemente goza de liberdade total no arquipélago de que toma o seu nome.
Esta ave, de cor verde e uns 13 cm de tamanho, foi criado, mimado e moldado em cativeiro pelos muitos adeptos que tem. Canaricultores que, baseados em combinações genotípicas e fenotípicas e respeitando sempre a sua pureza, souberam chegar ao canário que hoje todos conhecemos como CANARIO DE CANTO TIMBRADO ESPANHOL.
Este canto é um chinfrim de notas, passagens musicais e combinações e, ainda que se chame timbrado, não são definitivamente os seus timbres, mas o seu tom de voz que o marca . Esta raça tão maravilhosa surpreende os seus aficionados com sensibilidade e bom ouvido musical, pela base das suas composições de canto contínuo ou descontínuo, que emite com grande musicalidade, maestria e doçura.
Conseguir este tão esplêndido canto não é difícil. Há que ir seleccionando os exemplares melhor dotados, ou seja, os sãos e bem proporcionados morfologicamente, e dando especial importância às FÊMEAS, uma vez que a influência materna no fenótipo-genótipo de um indivíduo, em caracteres que se expressam no princípio da vida animal, sobretudo em aves, é manifesta. Igualmente, existe um comportamento ambiental materno que é comum a todos os filhos da mesma fêmea.
A forma de CRIAÇÃO mais segura para chegar a obter uma boa estirpe e poder ter algumas garantias de êxito, é a CRIAÇÃO em combinações consanguíneas, para conseguir elementos HOMOZIGÓTICOS (puros).
Contudo, em muitos casos, FÊMEAS HETEROZIGÓTICAS (impuras geneticamente) que possuem excelentes historiais dos seus antecessores, quando cruzadas com um macho homozigótico (puro), podem ter filhos excelentes.
Porque dá bons resultados a PROVA DA DESCENDÊNCIA? Simplesmente porque se trabalha para uma completa uniformidade, mais segura no que diz respeito às boas qualidades genéticas herdadas para uma maior pureza de estirpe, com a ausência de qualidades recessivas indesejáveis, as quais nos dão, entre alguns exemplares aceitáveis, outros realmente decepcionantes.

A maioria das pessoas não tem uma ideia CLARA da razão pela qual, a CONSANGUINIDADE produz CRIAS doentes, débeis ou de má qualidade.
Para além do dever de criar exemplares SÃOS, devemos também apercebermo-nos de que a causa dos problemas da consanguinidade, é a heterozigotia e portanto, contra tal problema, a solução é ter pelo menos um exemplar de cada casal formado HOMOZIGÓTICO (puro) para usá-lo em cruzamentos consanguíneos.
SE FOR UM MACHO, MELHOR, DARIA FÊMEAS DE QUALIDADE QUE ASSEGURARIAM EXCELENTES PROLES NO FUTURO! Senão, será um trabalho um pouco às cegas, como até agora.
Quero ainda voltar a ressaltar a questão ambiental e a tendência dos juvenis uma vez finalizada a criação.
Há que retirar, os machos adultos do habitáculo onde vão permanecer os juvenis, com o fim essencial de que não sejam ESCUTADOS. Teremos grupos de irmãos (machos e fêmeas), filhos todos da mesma mãe, que se colocarão em gaiolas até que quase tenham terminado o canto, o qual só deve suceder no Outono.
Devemos confiná-los todos no mesmo habitáculo, pois entre os diferentes grupos não se copiam, sobretudo se colocando as gaiolas sobrepostas. É a melhor forma...Desta maneira cada grupo desenvolverá o seu CANTO de acordo com a sua hereditariedade. Não haverá selecção!
HEREDITARIEDADE…. É a faculdade que têm os seres vivos de transmitir os seus caracteres, tanto morfológicos como fisiológicos e psicológicos, aos descendentes das sucessivas gerações.

Em 2006 em Almendralejo com o juiz internacional Angel Luis Moreno.


Este foi o meu primeiro concurso como aspirante a juiz em Espanha.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Breve introdução ao canário de canto Timbrado Espanhol

Timbrado Espanhol

É uma raça oriunda de Espanha, tal como o nome indica, remonta desde a época em que o canário silvestre foi introduzido em Espanha pela primeira vez. Mais concretamente em Castela, no final do século XIV, princípios do século XV. Como o principal atractivo do canário Silvestre era o seu canto, pressupõe-se que em cativeiro a sua selecção fosse centrada nessa característica.
Sobre estes primeiros canários conseguindo-se assim um tipo de canários muito valorizado pelo seu canto, a que os espanhóis chamavam o canário “do País”.

Características do Canário Timbrado Espanhol

O que distingue o canário Timbrado Espanhol das outras raças é o seu tipo de canto característico.
Os giros emitidos pelo Timbrado Espanhol devem ter as seguintes características:
O tom geral do seu canto deve compreender um amplo registo tonal, sem que o canário tenha que se especializar em determinado tom, tal como acontece com outras raças de canto; por exemplo; o Roller em tom baixo, o Malinois em tom médio. O tom do timbrado será sempre alto, devendo também conseguir o médio e o baixo nos seus giros, atingindo assim mais amplitude.
A intensidade de voz, nos giros emitidos deverá atingir uma qualidade tal que permite uma clara audição do som das vogais e das consoantes que compõem estes mesmos giros, mas sem chegar ao ponto de ser um som estridente, de forma a realçar o carácter musical e alegre deste tipo de canto.
O "timbre"em que os giros são emitidos, será tal como o seu tom, o mais abrangente possível, sendo este predominantemente metálico. É portanto um canário que canta com o bico aberto, libertando um som brilhante e alegre.

Algumas das características da canção que são compostas pelos giros, são os ritmos lentos mas estes devem permitir uma dicção mais clara possível. Consideramos os ritmos lentos ou semilentos os seus principais, mas não desvalorizando os ritmos mais rápidos, pois estes também contribuem para a riqueza e variedade deste tipo de canto.


Em resumo, o canto do Timbrado Espanhol deve ser de ritmo lento, mas não só, com uma clara dicção e o mais variado possível.
Não sendo o canário Timbrado Espanhol, nem de cor nem de porte, cria alguma liberdade ao criador para ajustar as características fenotípicas dos seus canários segundo a evolução do canário Silvestre..

O Timbrado Espanhol é sem dúvida um canário de canto excepcional.